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Investimentos: por onde eu vou?

Temos sempre vontade de acertar em nossas decisões, com o dinheiro não é diferente.

Estamos expostos a tantas opções, que fazer (ou não fazer) algo parece sempre tão arriscado. 

A sensação que temos é que podemos estar perdendo, ou deixando de ganhar, e isso nos deixa inquietos. Você tem dúvidas quando o assunto é decidir sobre o destino do seu dinheiro?

- Como eu poderia ganhar mais?

- Qual é o melhor investimento?

- O que eu deveria fazer agora?

Antes de mais nada, calma, você não está sozinho.

A maioria de nós faz essas perguntas o tempo todo, desejamos fazer do jeito certo, mas o problema é que não temos bem certeza do que é certo. Então, trago verdades...

Dirigindo de olhos fechados

Já viu alguém dirigindo de olhos fechados? Isso não dá muito certo, não é mesmo?

Com o seu dinheiro é a mesma coisa. A questão é que você, mesmo que não queira, já está ao volante, e fechar os olhos em algum momento vai causar um grave acidente. Pior, é que pessoas queridas podem estar no carro com você.

Se você está às cegas, está na hora de abrir os olhos e olhar a estrada a sua frente. 

Bons e maus motoristas

Há bons e maus motoristas no trânsito. Alguns parecem dirigir de forma muito hábil e veloz, outros são mais devagar e cautelosos. Isso não quer dizer que o que dirige rápido dirige melhor que o que dirige devagar (nem o contrário). Com o dinheiro é a mesma coisa.

Quem dirige mais rápido pode parecer que tem mais sucesso, que quase sempre chega primeiro ao destino (objetivo), mas dirigir mais rápido aumenta as probabilidades do motorista se envolver em um acidente de maior gravidade (risco), especialmente se for inábil ou imprudente.

Por outro lado, um motorista extremamente lento demora muito para chegar ao seu destino e também pode se envolver em acidentes se for um desatento.

Assim como cada pessoa tem suas preferências e aptidões ao volante, isso se aplica também aos investimentos. 


Se você ainda está aprendendo, tenha paciência.

Assim como o motorista que ainda está na autoescola, só aprendemos a dirigir nossas finanças com treino. O instrutor te dá orientações e ensina sobre as melhores práticas, mas é você que assume a direção. No começo suamos frio, dá até tremedeira, mas ao pouco ganhamos confiança e as ações ao volante parecem ser mais naturais com o tempo, quase que automáticas.

Quando se fala de investimentos, temos que aprender praticando, começando do simples (renda fixa conservadora, por exemplo), e ir desenvolvendo novas habilidades aos poucos.

Fique na zona de conforto (mas não tanto!)

Seu melhor desempenho se dará em investimentos que você conhece bem.

A poupança, embora ultimamente mal falada, é o investimento no qual a maioria dos brasileiros investe e obtém uma rentabilidade mínima. Isso não quer dizer que é a melhor alternativa que eles poderiam ter (e não é!). Porém, se um investidor de poupança que não entende nada de tesouro direto resolver investir em qualquer título oferecido pode ter uma experiência bem ruim, quanto mais se investir na bolsa de valores.

Quando você tem acesso a informações, estuda e testa novas formas de investir, com a prudência necessária, você ganha conhecimento e experiência.

Então, em todo o caso, o conhecimento das diversas formas de investimento nos possibilita ter acesso a alternativas que podem estar mais alinhadas aos nossos objetivos e perfis, e consequentemente melhor retorno.

 

Investimentos mais arrojados trazem mais retorno?

Não necessariamente. A grande falácia no mercado "quanto maior o risco, maior o retorno" deveria ser substituída por "quanto maior o risco, maior a volatilidade".

Investimentos arrojados se aplicam a situações específicas, que devem considerar as variáveis:

1- Aptidão: o investidor está disposto a ter oscilações significativas do valor investido, sem sofrimento?

2 - Capacidade: o investidor está em situação financeira e em período de vida que favorece a assunção de riscos para possível maior retorno em longo prazo (grifos!)

 

 

A possibilidade de maior retorno em longo prazo é uma característica mais presente em investimentos arrojados. Isso não que dizer que todo investimento arrojado é bom ou mais rentável, ainda que em longo prazo.

Ainda que tenha capacidade, o investidor sem aptidão a assumir maiores riscos não deve fazê-lo.

Fazendo uma analogia: Por mais que você seja um bom motorista, você não necessariamente irá preferir dirigir o carro ou moto mais veloz.


Você nunca acertará 100%

Falando de investimentos isso é fato. Você pode escolher sim boas opções de investimento, ou tomar decisões melhores, mas você não escolherá a melhor alternativa dentre todas as disponíveis. Então, menos ansiedade, você sempre vai perder (ou deixar de ganhar) algo!

Por exemplo: você pode selecionar bons fundos de investimento, dos melhores gestores, baseado em critérios racionais, mas isso não quer dizer que ele terá a melhor performance dentre todas as opções que você poderia ter escolhido. Aliás, o mais provável é que você escolha opções de performance mediana.

O mercado financeiro é imprevisível. Isso se confirma periodicamente. Nesse momento ainda estamos vivendo a crise provocada pela pandemia do COVID-19 que causou significativa volatilidade (negativa) até mesmo em fundos de renda fixa, muito mais em renda variável.

Na minha opinião fazer escolha de investimentos baseada em seu conhecimento e experiência é sempre a melhor opção, sempre alinhadas a sua capacidade e aptidão de assumir riscos. Está insatisfeito com os rendimentos da poupança? Vamos aprender sobre outras coisas, e não seguir a dica do "amigo" que sabe tudo, de olhos fechados!



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